O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por desafios na comunicação e interação social, apresentando uma ampla gama de manifestações que variam de pessoa para pessoa. Para aqueles que são não verbais, expressar pensamentos, desejos e necessidades pode ser especialmente desafiador. No entanto, um recente estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco e da Clínica Práxis, em Recife, Brasil, oferece uma luz de esperança ao destacar o impacto positivo do uso de sistemas de comunicação alternativa no desenvolvimento dessas habilidades.
A pesquisa, liderada por Ana Cristina de Albuquerque Montenegro et al. e apoiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), concentrou-se em um adolescente autista não verbal. Por meio de uma intervenção longitudinal, o estudo demonstrou avanços significativos na comunicação receptiva e no comportamento social do participante.
As estratégias adotadas no estudo abrangem uma variedade de técnicas de Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA). Essas estratégias incluem desde o uso de pictogramas e dispositivos geradores de fala até a modelagem e a integração de atividades do interesse do adolescente para incentivar a comunicação.
A importância da CAA vai além de simplesmente fornecer um meio de comunicação, ela é uma ferramenta vital para promover a autonomia e a qualidade de vida de indivíduos autistas. Ao implementar sistemas robustos de CAA, como o Método DHACA – Desenvolvimento das Habilidades de Comunicação no Autismo, que se concentra no desenvolvimento da imitação e na Atenção Compartilhada (AC), é possível ampliar a comunicação funcional desses indivíduos.
Além disso, a integração das estratégias de CAA em diversos contextos, como em casa, na escola e na comunidade, é essencial para garantir a consistência e a prática contínua. Envolver a família e os cuidadores nesse processo é fundamental para criar um ambiente de apoio que promova o desenvolvimento comunicativo do indivíduo.
Nesse contexto, a implementação de estratégias de CAA desempenham um papel crucial. Vamos explorar sete estratégias fundamentais deste estudo, que têm demonstrado impacto positivo no auxílio à comunicação de pessoas autistas:
- Uso de Pictogramas: A utilização de livros ou aplicativos de comunicação que empregam pictogramas facilita a expressão de desejos e necessidades, fornecendo um meio visualmente acessível para a comunicação.
- Modelagem: A demonstração pelo terapeuta ou cuidador de como utilizar o sistema de CAA é essencial para promover a linguagem receptiva e o aprendizado de novos conceitos, oferecendo um modelo a ser seguido pelo indivíduo autista.
- Atenção Compartilhada: Engajar-se em atividades que promovam a atenção conjunta é fundamental para o desenvolvimento da comunicação. Essas atividades estimulam a interação social e a compreensão mútua, facilitando a troca de informações.
- Imitação: Estimular a imitação de ações, gestos e palavras é uma forma eficaz de desenvolver habilidades comunicativas em indivíduos autistas. A imitação proporciona oportunidades para aprender novos comportamentos e expandir o repertório comunicativo.
- Participação Familiar: Instruir e envolver a família no uso do sistema de CAA é essencial para garantir a consistência e a prática no ambiente doméstico. O apoio familiar fortalece a comunicação do indivíduo autista, criando um ambiente propício para o seu desenvolvimento.
- Integração Escolar: Aplicar o sistema de CAA no ambiente escolar possibilita ao indivíduo autista interagir com colegas e funcionários, promovendo a inclusão e facilitando a comunicação em diferentes contextos sociais.
- Transição Tecnológica: Adaptar o sistema de CAA para dispositivos de alta tecnologia, como tablets, é especialmente relevante para indivíduos autistas que demonstram interesse por eletrônicos. Essa transição facilita o acesso à comunicação em ambientes digitais e pode aumentar a motivação do indivíduo para se engajar no processo comunicativo.
Essas sete estratégias de comunicação são fundamentais para promover a interação e expressão de indivíduos autistas, proporcionando-lhes meios eficazes para se comunicar e se integrar mais plenamente à sociedade. Ao implementar essas estratégias de forma integrada e adaptada às necessidades individuais, é possível ampliar as oportunidades de comunicação e promover uma maior autonomia e qualidade de vida para as pessoas autistas.
Neste contexto, é imprescindível reconhecer o papel fundamental desempenhado por empresas como a Pedilar na sociedade. Comprometidos com o apoio aos profissionais dedicados aos cuidados de pessoas especiais, buscamos promover a diversidade em nossa organização por meio de políticas de inclusão social, voltadas para indivíduos com deficiência. Conscientes da importância da compreensão e do cuidado com indivíduos autistas, a Pedilar concentra seus esforços em fornecer serviços que atendam às necessidades específicas dessas pessoas, contribuindo assim para a construção de uma comunidade mais inclusiva e acolhedora.
Em resumo, o estudo realizado pela Universidade Federal de Pernambuco e pela Clínica Práxis destaca a eficácia das estratégias de comunicação alternativa no desenvolvimento de habilidades comunicacionais e comportamentais em adolescentes autistas não verbais. Ao integrar essas estratégias em diversos contextos e contar com o apoio de empresas conscientes, como a Pedilar, podemos criar um ambiente mais inclusivo e facilitador para o crescimento e a autonomia desses indivíduos.
Referência
Montenegro, A.C.A. et al. (2023). Desenvolvimento das habilidades comunicacionais em adolescente autista com uso de comunicação alternativa: relato de caso. Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-0216/202325311122s. Acesso em: 29 abr. 2024.