Diabetes: Compreendendo e Prevenindo uma Epidemia Silenciosa

A diabetes é uma das doenças crônicas mais prevalentes em todo o mundo, afetando milhões de pessoas de todas as idades. Trata-se de um distúrbio metabólico que interfere na forma como o organismo utiliza a glicose (açúcar) presente no sangue para obter energia. Uma compreensão sólida sobre essa condição é fundamental para prevenir e gerenciar a diabetes de forma eficaz. Neste artigo, exploraremos o que é a diabetes, as diferenças entre os tipos 1 e 2, e os cuidados que os pré-diabéticos devem adotar para evitar o desenvolvimento da doença.

O que é Diabetes?

A diabetes, em termos simples, é uma condição na qual o corpo não consegue regular adequadamente o nível de açúcar no sangue. Isso ocorre devido a problemas com a insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas. A insulina desempenha um papel crucial no controle da glicose, pois permite que as células do corpo absorvam a glicose da corrente sanguínea para usá-la como fonte de energia. Quando há uma deficiência de insulina ou uma resistência às suas ações, a glicose se acumula no sangue, resultando em níveis elevados de açúcar no sangue, o que é prejudicial à saúde.

Diabetes Tipo 1 e Tipo 2; doenças distintas.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, a diabetes é classificada em vários tipos, mas os dois principais são: diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2. São doenças distintas e dentre as diferenças fundamentais estão:  a causa, idade de início e tratamento*

Diabetes Tipo 1: Essa forma da doença é geralmente diagnosticada em crianças e jovens adultos, embora possa ocorrer em qualquer idade. A diabetes tipo 1 é autoimune, o que significa que o sistema imunológico ataca e destrói as células produtoras de insulina no pâncreas. Como resultado, as pessoas com diabetes tipo 1 dependem da administração diária de insulina para regular o açúcar no sangue.

Diabetes Tipo 2: A diabetes tipo 2 é a forma mais comum da doença, geralmente se desenvolvendo em adultos, embora a sua incidência em crianças e adolescentes esteja aumentando. Neste caso, o corpo ainda produz insulina, mas as células não respondem adequadamente a ela (resistência à insulina). Com o tempo, a produção de insulina pelo pâncreas pode diminuir. O tratamento da diabetes tipo 2 envolve mudanças na dieta, exercício físico, medicamentos orais e, em alguns casos, insulina.

SINTOMAS

Os principais sintomas do diabete são: fome e sede excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia.

Tipo: 1

  • Fome frequente;
  • Sede constante;
  • Vontade de urinar diversas vezes ao dia;
  • Perda de peso;
  • Fraqueza;
  • Fadiga;
  • Mudanças de humor;
  • Náusea e vômito.

Tipo: 2

  • Fome frequente;
  • Sede constante;
  • Formigamento nos pés e mãos;
  • Vontade de urinar diversas vezes;
  • Infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele;
  • Feridas que demoram para cicatrizar;
  • Visão embaçada.

Prevenção da Diabetes e Cuidados para Pré-diabéticos

A boa notícia é que, em muitos casos, a diabetes tipo 2 pode ser prevenida ou atrasada. Para aqueles que estão em risco ou já receberam um diagnóstico de pré-diabetes, há medidas importantes a serem adotadas para reduzir o risco de desenvolver a diabetes tipo 2:

Alimentação saudável: Uma dieta equilibrada, rica em vegetais, frutas, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis, é essencial. Evitar alimentos processados, açúcares refinados e gorduras saturadas ajuda a manter os níveis de açúcar no sangue sob controle.

Atividade física: A prática regular de exercícios físicos melhora a sensibilidade à insulina e ajuda a manter o peso corporal saudável. Pelo menos 150 minutos de atividade moderada por semana são recomendados.

Controle de peso: Perder peso, se necessário, pode reduzir significativamente o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Mesmo uma perda de peso modesta pode ter benefícios substanciais.

Monitoramento: Pessoas com pré-diabetes devem fazer acompanhamento médico regular e monitorar seus níveis de açúcar no sangue, a fim de detectar qualquer progressão para a diabetes.

Redução do estresse: O estresse crônico pode afetar negativamente os níveis de açúcar no sangue. Técnicas de gerenciamento do estresse, como meditação e ioga, podem ser úteis.

Evitar o tabagismo e limitar o consumo de álcool: O tabagismo e o consumo excessivo de álcool estão associados a um maior risco de diabetes tipo 2.

A diabetes é uma doença complexa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Compreender as diferenças entre os tipos 1 e 2 e adotar medidas preventivas, como manter uma dieta saudável, fazer exercícios regularmente, controlar o peso e reduzir o estresse, pode ajudar a prevenir ou retardar o desenvolvimento da doença. A educação e o autocuidado desempenham um papel fundamental na gestão da diabetes, permitindo que as pessoas vivam vidas saudáveis e ativas mesmo com essa condição.

A diabetes é uma preocupação de saúde significativa no Brasil, afetando uma parcela considerável da população. Abaixo, apresento algumas estatísticas e informações sobre a prevalência e o impacto da diabetes no Brasil, com base em dados disponíveis até minha data de conhecimento em janeiro de 2022:

Prevalência da Diabetes no Brasil:

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença, o que representa 6,9% da população adulta no país. Já o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF) aponta que podem ser mais de 16 milhões de pessoas acometidas, tornando o Brasil o 5º país com mais incidência de diabetes no mundo (perde apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão). o IDF ainda revela que este número pode chegar a 21,5 milhões de pessoas em 2030.

Em números absolutos, foram registradas 752.720 mortes, no Brasil, causadas por diabetes entre os anos de 2010 e 2021. Boletim Epidemiológico Ministério da Saúde 2022.

Fatores como renda, escolaridade, longevidade e gênero também influenciam os dados de taxa de mortalidade, mas o geográfico também. Segundo dados do Ministério da Saúde (Boletim Epidemiológico Ministério da Saúde DEZ 2022) analisando as macro regiões o norte, nordeste e sudeste possuem as maiores taxas. Já por estado, o Sudeste congrega a maior e a menor taxa de mortalidade de todo país. Destacando-se Minas Gerais com a menor taxa do cerca 16% enquanto o Espírito Santo está com 68% detém mais que o dobro da média nacional que é 27%.

Dois dados também são preocupantes: o aumento da taxa de morte entre pessoas com menos de 30 anos e aumento de casos de diabetes tipo II entre os mais jovens, que gerou um alerta em nível global pelo potencial de crescimento, que acompanha o aumento da prevalência dos fatores de risco sobrepeso e obesidade, inatividade física e alimentação não saudável.

A diabetes representa um sério desafio para o sistema de saúde brasileiro devido à necessidade de tratamento contínuo, monitoramento e prevenção de complicações relacionadas à doença.

Se não gerenciado pelos serviços de saúde, o aumento da morbimortalidade por diabetes tem consequências sociais que incluem o aumento dos gastos em saúde além

de gastos não-médicos e indiretos, como diminuição da produtividade, aposentadoria antecipada por invalidez, mortalidade prematura e piora na qualidade de vida.

* A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) recomenda a classificação baseada na etiopatogenia do diabetes, que compreende o diabetes tipo 1 (DM1), o diabetes tipo 2 (DM2), o diabetes gestacional (DMG) e os outros tipos de diabetes

Fontes: Ministério da Saúde. Sociedade Brasileira de Diabetes e OMS


Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn