No dia 28 de julho, celebra-se o Dia Nacional de Luta Contra Hepatites Virais — uma data crucial para a conscientização sobre essas infecções que afetam milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Embora silenciosas em muitos casos, as hepatites virais representam um sério problema de saúde pública, podendo levar a complicações graves como cirrose e câncer de fígado.
Por que a luta contra as hepatites é tão importante?
As hepatites virais são causadas principalmente pelos vírus A, B, C, D e E, com os tipos B e C sendo responsáveis por grande parte das formas crônicas da doença. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 296 milhões de pessoas vivem com hepatite B crônica e 58 milhões com hepatite C em todo o mundo. Essas infecções são responsáveis por aproximadamente 1,1 milhão de mortes anuais, muitas delas evitáveis com diagnóstico e tratamento precoces (WHO, 2023). No Brasil, estima-se que existam cerca de 600 mil pessoas vivendo com hepatite C, embora muitos ainda desconheçam seu diagnóstico (Ministério da Saúde, 2022). Isso reforça a necessidade urgente de ampliar o acesso a testes, diagnóstico e tratamento.
O desafio do diagnóstico precoce
Um dos maiores desafios na luta contra as hepatites virais é que a doença pode ser assintomática por muitos anos. De acordo com artigo publicado no Journal of Hepatology (2021), “a falta de sintomas nas fases iniciais da hepatite C resulta em um atraso significativo no diagnóstico, contribuindo para a progressão da doença para estágios avançados”. Portanto, o diagnóstico precoce, por meio de exames de sangue simples, é fundamental para evitar complicações e para iniciar o tratamento o quanto antes.
Prevenção: a melhor estratégia
A prevenção é a forma mais eficaz de combater as hepatites. A vacinação contra a hepatite B é segura, eficaz e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Já para a hepatite C, não há vacina disponível, o que torna essencial a adoção de medidas como o uso de preservativos, evitar compartilhamento de agulhas e seringas, além de cuidados em procedimentos invasivos. Um estudo da Revista Brasileira de Epidemiologia (2020) destaca que “a educação em saúde e campanhas de prevenção são ferramentas essenciais para reduzir a incidência das hepatites virais na população.”
O papel da conscientização
O Dia Nacional de Luta Contra Hepatites Virais não serve apenas para lembrar a população sobre os riscos dessas doenças, mas também para mobilizar profissionais de saúde, gestores públicos e a sociedade civil a intensificar ações de prevenção, diagnóstico e tratamento. Como reforça o Ministério da Saúde, “a eliminação das hepatites virais é possível com o comprometimento coletivo e o fortalecimento das políticas públicas.” A luta contra as hepatites virais é uma batalha diária que exige informação, prevenção e acesso ao diagnóstico. Se você ainda não fez o teste, aproveite essa data para cuidar da sua saúde e incentivar pessoas próximas a fazerem o mesmo. Lembre-se: hepatite é uma doença silenciosa, mas a sua prevenção e controle precisam ser barulhentos.
Pedilar – Cuidar é nossa vocação.
Fontes: Organização Mundial da Saúde (2023). Global hepatitis report; Ministério da Saúde (2022). Boletim Epidemiológico das Hepatites Virais; Smith, J. et al. (2021). Challenges in the early diagnosis of Hepatitis C. Journal of Hepatology, 75(3), 654-662; Silva, R. et al. (2020). Impact of health education on hepatitis prevention in Brazil. Revista Brasileira de Epidemiologia, 23, e200012.